terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience & Grace (2007)

"Às vezes tenho muita raiva de Dave Grohl. Raiva não, inveja. Ou melhor, os dois sentimentos juntos. Os motivos? Enumere-os você mesmo. O cara já foi o baterista da banda mais importante dos anos 90 (o Nirvana, caso você não se lembre). Sim, era ele quem estava atrás das baquetas no clássico “Nevermind” e é dele a linha de bateria que liga a introdução de Kurt Cobain na guitarra à destruição de paradigmas que é “Smells Like Teen Spirit”. Só por isso ele já teria seu nome gravado na história do rock, mas ele não se contentou e logo após o Nirvana passar para a história, montou o Foo Fighters para gravar um punhado de canções que ele compunha mas não encontrava lugar no Nirvana. O resultado foi o disco de estréia dos Foos, um verdadeiro clássico do rock contemporâneo. Detalhe: ele gravou o disco praticamente sozinho, tocando todos os instrumentos.

A raiva e a inveja começaram a tomar conta de mim na medida em que Grohl ia lançando discos com o Foo Fighters. “The Colour and the Shape”, “There´s Nothing Left To Lose”, “One By One” e por aí vai. O número de boas canções presentes nestes discos deve ter estabelecido uma espécie de recorde de qualidade ou mudado os parâmetros do que é uma boa canção pop. Impossível seria enumerá-las. Melhor recorrer ao teste da coletânea. Quais você colocaria em um “The Best of” do Foo Fighters? Seria difícil caber tudo em um disco apenas, certo?

E aí chegamos a 2007. “Echoes, Silence, Patience & Grace” é o sexto disco de estúdio do Foo Fighters e sabe o que mais? É irritantemente bom! Não dá pra ficar com raiva? Dave Grohl tem, como poucos, a exímia habilidade de, a cada dois anos mais ou menos, criar uma série de canções praticamente perfeitas. Irritantemente perfeitas. Perfeitamente pop e invejosamente rock. Um martírio para outras bandas do mesmo nível (se é que elas existem) que devem se esforçar muito para criar algo parecido com o primeiro single, “The Pretender”, para depois não chegarem a lugar algum.

O segredo de Dave Grohl e do Foo Fighters parece ser um: competência. É talvez a banda mais competente do mundo, no sentido de jamais arriscarem algo fora dos parâmetros que eles mesmos estabeleceram. Nem mesmo o lançamento de um cd duplo, em que o número 2 era composto apenas por temas acústicos ("In Your Honor", 2005) fizeram o FF sair da linha. Voltando a “Echoes, Silence, Patience & Grace”, ele é pop, furioso, lento e melódico na medida certa. Se fôssemos destacar alguma canção, seria a mais arriscada do disco: “The Ballad of the Beaconsfield Miners”, uma instrumental composta por Grohl em homenagem aos tais mineiros de Beaconsfield, que em abril de 2006 ficaram soterrados na Austrália e pediram músicas do Foo Fighters em seus mp3 players, enquanto aguardavam o resgate. O gente boa Grohl realmente se encontrou com um deles, durante a série de shows na Sydney Opera House, que se transformaram no álbum acústico “Skin and Bones”.

Alguns poderão dizer que algumas músicas deste “Echoes, Silence, Patience & Grace” se parecem com outras da própria banda (comparem “The Pretender” com “Stacked Actors”, por exemplo) mas até nisto a banda é competente. Se auto-reciclar. Uma dádiva para poucos que os transforma, a cada dia que passa, em uma das bandas mais importantes e simpáticas dos nossos tempos."

fonte: http://programaaltofalante.uol.com.br

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01 The Pretender
02 Let It Die
03 Erase-Replace
04 Long Road To Ruin
05 Come Alive
06 Stranger Things Have Happened
07 Cheer Up, Boys (Your Make Up Is Running)
08 Summer's End
09 Ballad Of The Beaconsfield Miners
10 Statues
11 But, Honestly
12 Home
13 Once And For All (Bonus Track)

"Perfeitamente pop e invejosamente rock."

link: http://w14.easy-share.com/5271221.html

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